NEM VELHOS, NEM MOÇOS
Nesses tempos, muitos afirmam que a mocidade é o sorriso da casa
espírita, e é verdade.
Podemos asseverar também, que o trabalhador mais
antigo, representa o olhar sereno do centro espírita.
Há quem afirme, que os jovens necessitam ganhar
cada vez mais espaço em nossas nobres instituições, não é menos verdade.
Discursos inflamados pedem a transição imediata
entre as gerações, para que as velhas práticas sejam postas de lado.
É importante que avaliemos com respeito fraternal
essas questões, pois em nosso campo de ação não existem práticas novas ou
velhas, devem existir e prevalecer, apenas as práticas espíritas.
Não podemos prescindir da força e do entusiasmo
juvenil, da mesma forma, o servidor mais antigo, por suas experiências e
dedicação é alguém que pode dar sustentação emocional e espiritual aos desafios
do mundo moderno.
Nos lares, a experiência dos pais é a vereda pela
qual os filhos devem caminhar de maneira mais segura.
Todos cumprem um papel na edificação do bem comum,
seja na casa espírita, seja na ambiência doméstica.
Não pode existir futuro responsável, sem que se
considere o trabalho que deu base as casas espíritas de hoje.
Nosso modelo e guia é Jesus, que mesmo trazendo a
Boa Nova, não desprezou as antigas tradições de seu povo.
Nem velhos, nem moços, apenas espíritos em momentos
diferentes.
O Espiritismo é o mesmo, o evangelho é o mesmo. Sem que as
gerações se deem as mãos à obra perece.
É preciso priorizar o trabalho, pois os interesses
são os mesmos: o amor e a caridade.
Em nossas abençoadas casas espíritas, a transição
irá acontecer naturalmente, pela vontade dos homens, ou pelo labor do tempo.
Velhos e moços, moços e velhos, o amanhecer e o
anoitecer, o anoitecer e o amanhecer tudo concorre para a beleza e o equilíbrio
da vida.
O Cristo necessita de nossas mãos unidas, de nossos
esforços conjuntos.
Há que se refletir nas transformações que já
ocorreram, e nas muitas que ainda irão ocorrer.
Abençoado seja o tempo que traz as verdades, que
purga as diferenças, que acomoda as ideias.
Quando o vento das dissenções ameaçar a paz e a
união em nosso caminho, esforcemo-nos por trazer Jesus para os nossos atos,
porque o Mestre, mesmo sendo o portador das novas ideias não se rebelou contra
a humanidade inteira, portadora e defensora das velhas ideias egoístas.
Seja no lar, ou nas dignas instituições espíritas,
todos têm espaço para fazer o melhor.
As diferenças fazem parte do conjunto de
exercícios, para o aprendizado entre todas as faixas etárias.
Vale ressaltar, que todos são espíritos, uns a mais
tempo no corpo, outros a menos tempo, outros fora do corpo, mas todos carecemos
da prática da compreensão e do respeito mútuo.
O espírito se rejuvenesce em ideias à medida que
ele ama e serve.
Na história do cristianismo, Estêvão buscou a
experiência acolhimento de Pedro, quando chegou a Casa do Caminho; Paulo
recebeu do velho Gamaliel os fragmentos do evangelho e aconselhamentos
preciosos para sua missão apostólica.
O novo não pode prescindir da experiência do velho,
o velho não prescinde do novo para continuar o trabalho.
Pelas leis da reencarnação, quando a morte não
surpreende, o velho parte, e o jovem segue no mundo para no porvir receber o
velho, que torna em corpo novo, para seguir executando a melodia imortal da
vida.
O anoitecer amanhece, o novo dia envelhece.
Nem velhos, nem moços, apenas espíritos.
Ivan de Albuquerque
por Adeilson Salles
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